17 de junho de 2012

O poder da sua mente


De alguma forma tirou proveito da leitura clichê: "Quando você quer alguma coisa, todo o Universo conspira para que você realize seu desejo."
Roberto, desejou com toda sua força - deixou claro seu objetivo - e o Universo conspirou para ele. Seu pai, Jonas, que estava na UTI, morreu. Enfim colocaria a mão no seguro do falecido. Dinheiro que entupiu e paralisou seu cérebro, como a gordura fez com as coronárias de seu pai.
Depois o arrependimento. O dito serviço universal não tem garantia nem posto de troca de desejo.

Em meio a um zilhão de galáxias e estrelas, ele, um pequeno pedaço de estrume, achava-se realmente importante, um egocentrismo irremediável, tipicamente humano, hipócrita.
Com a culpa em suas costas começou a se colocar mais no seu próprio lugar, o de um pequeno pedaço de estrume. Com o tempo, a experiência, a sabedoria, a racionalidade, compreendeu em que instância o Universo influenciava a sua vida: nenhuma. O maior problema do clichê é sua autoridade. É como uma ditadura da verdade, "como você pode não acreditar nisso". Todos leem, todos acreditam, todos militam por isso sem saber o porquê ou onde isso vai dar. A unanimidade é a morte em sua principal fantasia. Viver não é fácil como nos clichês; é duro, dói e não são poucas vezes (essa parte pulará pois é clichê). 
Fim da alienação. Seu pai morreu porque morreu, simples assim, se o seu desejo para o Universo fosse de que ele não morresse, ainda assim ele morreria. Era um velho na UTI, morreu.
Já chegando ao fim de algo tirou proveito da nova leitura: " Eu atravesso as coisas - e no meio da travessia não vejo! - só estava era entretido na ideia dos lugares de saída e de chegada. Assaz o senhor sabe: a gente quer passar um rio a nado, e passa; mas vai dar na outra banda é num ponto muito mais embaixo, bem diverso do em que primeiro se pensou. Viver nem não é muito perigoso?"
Nem tudo que faz sentido tem sentido, como o contrário. Tudo pode o poder da sua mente (?), inclusive ser engolido por uma palavra, um pequeno pedaço de estrume.
Acaso pode ser que não faça sentido; hoje.