17 de outubro de 2011

Uma salva dos teus risos

"Tira-me o pão, se quiseres, tira-me o ar, mas não me tires o teu riso."
Essa coisa preciosa toda vez que peço para me sorrir e sorri sem entender muito bem o porquê sorriu.  Esse riso contido nas bordas das tuas bochechas rosadas. Ri e se esconde atrás do braço. Um riso que me causa um riso com metade da boca. Tão luminoso que eu entraria com você sorrindo em qualquer beco escuro, sem lâmpada, lanterna, candeeiro, vela ou vagalume. Tão encantador que traria paz ao Oriente Médio. Tão misterioso que ofuscaria Monalisa. Tão cheio de significados que acabaria com bibliotecas inteiras. Tão inspirador que um poeta escreveria o dia todo sobre ele, teu riso. Não ri de escárnio, ri de amor. Como ri agora lendo isso, lembrando de como faço você rir inventando caretas de sorriso e pedindo para você rir, forçando a forma do riso com meus dedos em seus lábios. Isso me basta. Meu dia será dedicado a te trazer uma felicidade plena, para que assim, o teu riso me abra e feche os olhos a cada alvorada, a cada ocaso.
Quando eu morrer, já na velhice do teu riso, não quero uma salva de tiros, quero uma salva dos teus risos.

Um comentário:

  1. Parabéns. É interessante o espaço de tempo entre a publicação deste belo texto e a do meu singelo comentário, pois garanto que durante este intervalo, novas ideias, novas metas, novos pensamentos, já circularam pela mente do escritor. Contudo, faço questão de dizer que as escolhas feitas nos idos de 2011 são belíssimas e dignas de contemplações ao longo de um tempo infindável, pois o sentimento contido nessas palavras é atemporal e maravilhosamente humano. Parabéns. Parabéns.

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