21 de outubro de 2011

Haikai VII

Não suspiras para respirar.
Suspiras para desarmar o peito
Na mais bela forma de amar

17 de outubro de 2011

Uma salva dos teus risos

"Tira-me o pão, se quiseres, tira-me o ar, mas não me tires o teu riso."
Essa coisa preciosa toda vez que peço para me sorrir e sorri sem entender muito bem o porquê sorriu.  Esse riso contido nas bordas das tuas bochechas rosadas. Ri e se esconde atrás do braço. Um riso que me causa um riso com metade da boca. Tão luminoso que eu entraria com você sorrindo em qualquer beco escuro, sem lâmpada, lanterna, candeeiro, vela ou vagalume. Tão encantador que traria paz ao Oriente Médio. Tão misterioso que ofuscaria Monalisa. Tão cheio de significados que acabaria com bibliotecas inteiras. Tão inspirador que um poeta escreveria o dia todo sobre ele, teu riso. Não ri de escárnio, ri de amor. Como ri agora lendo isso, lembrando de como faço você rir inventando caretas de sorriso e pedindo para você rir, forçando a forma do riso com meus dedos em seus lábios. Isso me basta. Meu dia será dedicado a te trazer uma felicidade plena, para que assim, o teu riso me abra e feche os olhos a cada alvorada, a cada ocaso.
Quando eu morrer, já na velhice do teu riso, não quero uma salva de tiros, quero uma salva dos teus risos.

7 de outubro de 2011

Meu bonde passa pelo mercado

                                           Mário Quintana

O que há de bom mesmo não está à venda,
o que há de bom não custa nada.
Este momento é a flor da eternidade!
Minha alegria aguda até o grito...
Não essa alegria alvar das novelas baratas,
pois minha alegria inclui também minha tristeza
                                                 - a nossa
tristeza...
Meu companheiro de viagem, sabes?
Todos os bondes vão para o Infinito!