És o que senão matreira?
Sem esforço me invades.
Já éramos antes de ser.
Um vulcão inativo. Tu em mim.
Apenas aguardando o exato momento
da erupção.
Agora, ficas em mim.
Então emergiste
em magma e cinza.
Lavas e petrificas todos que a trouxeram aqui.
Ativaste este vulcão lavando suas rochas
sulfurosas neste cafarnaum.
Agora, ficas em mim.
Voltas ao centro da Terra comigo.
Da tua linda superfície florida
ao teu calor interno de ferro
que me nutre todos os dias.
Escorres e moldas as paredes que dispus.
Agora, ficas em mim.
Nadas como sereia em minhas fendas
por ti abertas. Toma-me em êxtase.
Deleitas meus novos caminhos
do núcleo à boca. Cozes teu amor
em minha vastidão deserta ocupada por ti.
Agora, ficas em mim.
Fechas meu acesso superior
com tua inocente sombrinha xadrez.
Massageias meus sulcos de lava
em tuas mãos ferventes.
Ou congela-me se quiseres.
Agora, ficas em mim.